Viajando com bebês

Bebê a bordo: os cuidados necessários ao viajar com crianças pequenas

29/05/2019 14:49

Viajar é tudo de bom, contudo, certas situações exigem um cuidado especial. Esse é o caso das famílias que precisam – ou querem – viajar com os filhos ainda muito pequenos. Levar uma criança de até dois anos para destinos mais distantes exige atenção redobrada dos pais durante todo o processo que envolve a viagem: documentos necessários, tempo de espera nos aeroportos, imprevistos que podem acontecer e o voo em si, que tira o sono de muitas mães dias antes do embarque. O medo que o choro do bebê, por exemplo, possa incomodar outros passageiros, é uma das aflições mais citadas.

Camilla Hernandez com o filho Ethan, hoje com 5 anos

Morando em New Jersey, nos Estados Unidos, a brasileira Camilla Hernandez viajou com o filho Ethan pela primeira vez quando ele tinha apenas 2 meses e meio. A ideia era trazer o menino para que a família brasileira o conhecesse antes de retomar a rotina de trabalho após o fim da licença maternidade. Porém, a experiência foi um pouco mais complicada do que ela imaginava.

“Estava um pouco apreensiva de viajar sozinha com meu bebê, mas acreditava que tudo sairia conforme planejado. Infelizmente, estava enganada. O voo de Newark para o Rio de Janeiro não era direto. E os problemas começaram por conta de um atraso de três horas na partida. Com isso, acabamos perdendo a conexão em Houston e fomos realocados para o voo do dia seguinte, no mesmo horário. Para minha surpresa, a companhia aérea não forneceu hotel, sequer alimentação, causando indignação em todos os passageiros prejudicados. Após muita discussão, sem nenhuma solução, eu teria que ficar ali, com meu filho tão pequeno, por 24h”, relata Camilla.

Segundo ela, a saída foi recorrer a uma amiga da família que morava a 1h do aeroporto. “Foi muita sorte ter essa pessoa conhecida que vivia lá. Ela me salvou. Nos buscou e dormimos na casa dela naquela noite. Caso contrário eu teria que providenciar sozinha, e sem conhecer nada, algum lugar para ficar. Por isso, faço o alerta para que pais e mães que viajam com crianças sejam prevenidos: levem sempre dinheiro extra com vocês, preparem muito bem a mala de mão com itens básicos de necessidade do bebê e, acima de tudo, mantenham a calma em situações que fogem ao nosso controle”, sugere.

Bella e Clara, filhas da turismóloga Michelle Costa visitando Teresópolis, no Rio de Janeiro

A turismóloga Michelle Costa sabe bem os cuidados necessários ao viajar com bebês. Hoje mãe da Bella, de 3 anos, e da Clara, com 1 ano e meio, ela está acostumada a levar as meninas em suas viagens. Na primeira experiência, a primogênita tinha apenas 5 meses. “O maior problema é que todo mundo passava e brincava com ela, com isso, ela teve muita dificuldade para dormir, ficou agitada. Ou seja, antes de pousar ela estava exausta (já era o final de um voo de quase 14 horas) e chorou por uns 15 minutos seguidos até pegar no sono. Naquele momento fiquei nervosa por incomodar as demais pessoas, mas percebi que meu nervosismo não ajudaria e fui me acalmando para conseguir acalmá-la. Quando pousamos ela estava dormindo e eu lembro que algumas pessoas passaram por mim e me parabenizaram por ter mantido a calma”, relembra Michelle.

No início deste ano, Michelle encarou um desafio maior ainda: viajar sozinha com as duas filhas. “Não tive tempo de pensar muito, aliás, se tivesse parado para pensar e ouvir o que as pessoas me diziam, eu teria ficado em casa e perdido essa oportunidade incrível! Enfrentei meus medos, me enchi de coragem e embarquei. Essa viagem foi a mais especial de todas. Claro que passei perrengue! E muito. Principalmente na questão física. Como empurrar um carrinho de bebê duplo e ainda carregar suas malas sozinha? Essa questão era a que mais tirava meu sono quando eu pensava na viagem. Tive que pedir ajuda nos aeroportos! Além disso, não dormi em nenhum dos voos porque tinha que cuidar sozinha de duas crianças. O nosso primeiro trecho durou 37 horas! Comi mal, fiquei cansada, mas também percebi que sou muito mais forte e corajosa do que imaginava. As meninas foram fantásticas, aprendemos muito juntas e nos divertimos”, celebra.

Michelle com as filhas Clara e Bella

Que conselho Michelle daria para outras mães? “Não deixe o seu medo te paralisar. Enfrente o desafio. Se organize e seja flexível, afinal, viajar com criança é sempre imprevisível! Além disso, viaje leve. Eu sempre levo uma mochila como bagagem de mão. Acho mais prático e assim fico com as mãos livres, consigo pegar as meninas no colo, fechar o carrinho na porta do avião, segurar passaporte e encher a mamadeira, por exemplo. Tenho sempre um kit sobrevivência comigo que consiste em troca de roupa para as crianças e uma camiseta extra para mim, comida extra para as crianças, um livrinho de colorir e giz de cera, massinha caseira e uns brinquedos leves e fáceis de carregar. Viajar com criança é muito cansativo, mas também é especial. Ver o mundo através dos olhos deles é mágico. Eu sempre foco nas coisas boas que estão por vir a cada embarque, foco nas experiências maravilhosas que teremos e nas memórias que vamos construir”, salienta.

Quer mais dicas? Com ajuda da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), listamos abaixo importantes tópicos para te ajudar na sua viagem:

-Bebês com mais de 7 dias de vida já podem viajar de avião. Ainda assim, é importante consultar o pediatra, pois alguns médicos recomendam esperar pelo menos 28 dias antes de o bebê voar pela primeira vez.

-Se você tiver que viajar com um bebê entre 1 e 7 dias de vida, as companhias aéreas podem solicitar uma autorização médica para a criança e a mãe.

-Se possível opte por voos diretos, sem escalas ou conexões.

-O carrinho de bebê pode ser usado até o momento de embarque — nesse caso, ele é recolhido na entrada do avião e despachado para o transporte no compartimento de bagagens. No desembarque, o carrinho também pode ser entregue na saída do avião. Mas, caso o passageiro prefira, pode despachá-lo junto com a bagagem e retirá-lo na esteira — isso poupa tempo na inspeção de segurança.

-Já o bebê conforto ou cadeirinha de carro podem ser acomodados no assento do avião, desde que a criança tenha um lugar comprado para ela (normalmente, crianças abaixo de dois anos podem viajar no colo).

-Algumas empresas aéreas oferecem serviço de berço ou cadeirinha de bebê, que deve ser solicitado com antecedência pela central de atendimento. Ele está sujeito à disponibilidade no avião, depende do peso e do tamanho do bebê e pode ser gratuito ou pago.

-Em voos internacionais de longa distância, o passageiro pode solicitar refeições especiais para bebês ou crianças. Recomenda-se fazer o pedido com pelo menos 48 horas de antecedência.

-Bebês podem sofrer nos momentos próximos à decolagem e ao pouso por causa da pressão no ouvido. Amamentar ou oferecer mamadeira e chupeta ajudam a aliviar a pressão e diminuem o desconforto.

-Reduzir a luz individual deixa o ambiente mais confortável para os pequenos e aumenta a chance de pegarem no sono.

-Sempre que possível, vale trocar a fralda antes de embarcar, embora os banheiros dos aviões geralmente tenham trocadores. Quando não houver um local reservado ou caso precise de mais espaço para trocar a criança, peça ajuda para a tripulação.

-Leve na bagagem de mão os itens básicos para o cuidado da criança, como fraldas, lenços umedecidos, paninhos, roupa extra, blusa de frio, cobertor pequeno e remédios. Vale levar as mamadeiras já com a fórmula (depois é só acrescentar água), papinhas e alimentos leves. Lembre-se ainda de colocar na mala pequenos brinquedos que não façam barulho, como pelúcias e livros para a distração dos pequenos.

Leia também: CRIANÇAS VIAJANDO DE AVIÃO: TIRE TODAS AS SUAS DÚVIDAS

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