Viajar para o Peru foi como ir ao um show de magia. Por todas cidades, lugares e sítios arqueológicos que eu passava a pergunta de como tudo aquilo foi feito não parava de martelar na minha cabeça. Como é possível a mais de 600 anos atrás um povo construir coisas tão grandiosas, sem máquinas, sem tecnologia e em lugares tão afastados! Mas assim como os truques dos mágicos não podem ser revelados, os segredos dos incas continuam um mistério. E talvez seja justamente por isso que esse lugar seja tão incrível.
A construção feita a 2.400 metros de altitude ficou escondida por cerca de quatro séculos e foi descoberta apenas em 1911 por um norte americano. Desde então se tornou um dos principais pontos turísticos do Peru e da América Andina, ela chega a receber cerca de 1,5 milhão de visitantes por ano. E se você pretende visitar esse paraíso, é necessário ficar atento aos detalhes e planejar tudo com bastante antecedência.
Regras de visitação
Com o turismo excessivo a partir de 2019 foram colocadas algumas regras de visitação. Agora, os ingressos para conhecer o local possuem uma hora marcada. No site você encontra 9 opções de horários diferentes, das 6h às 14h, sendo um grupo por hora.
A maior concorrência é para visitar o parque na primeira hora, então se é essa é sua preferência tente comprar o quanto antes. Lembrando que é possível adquirir os ingressos com 6 meses de antecedência.
Antigamente, os turistas podiam ficar 6 horas dentro da cidadela, já com as novas regras, foi determinado o período máximo de quatro horas. Mas esse horário pode mudar se você optar por comprar o ingressos com visitação as montanhas.
Com essas mudanças também foi proibido o retorno ao parque duas vezes no mesmo dia. Muitas pessoas costumavam conhecer uma parte, dá uma paradinha para almoçar, ir ao banheiro e continuar o passeio. Mas agora não é possível fazer isso mais. Assim que você sai do circuito não pode retornar, a não ser que compre outro ingresso.
Por isso é importante ir preparado para fazer uma trilha de 3 horas ( período do circuito mais longo) sem paradas.
Tipos de Ingresso
Existem três tipo de ingresso disponível para compra.
Machu Picchu
O primeiro e mais convencional é o que dá acesso a cidadela e aos 3 circuitos dela. Ele custa 152 soles ( preços de 12/2019).
O circuito 1 é o mais completo e o mais longo, ele pode levar cerca de três hora. O ponto alto dele é a Casa do Guardião, uma das vistas mais bonitas do local..
O trajeto do circuito 2 é mais entre as áreas centrais da cidade e leva cerca de duas horas e meia. E por fim o circuito 3, que é feito mais pela área inferior sem muitas escadas, recomendado para pessoas que tem dificuldades de locomoção.
Os circuitos são bem demarcados e assim que você escolhe um, não é possível voltar, apenas seguir em frente. Só depois de um bom tempo caminhando entre as ruínas que me dei conta que tinha vários guardas espalhados controlando isso.
Machu Picchu + Huayna Picchu
A segunda opção engloba toda visita pela ruína, mais uma trilha até a montanha Huayna Picchu. A Huayna Picchu é aquela montanha que sai atrás das fotos.
A diferença de preço entre o primeiro não é tão grande, esse ticket sai por 200 soles. Porém só é liberado 400 ingressos desse por dia, portanto planeje com antecedência se quiser ir lá.
Para as pessoas que optarem por isso o tempo de permanência no parque é maior.
Machu Picchu + Montanha Machu Picchu
Por último tem a opção que inclui a visita tradicional mais o acesso a montanha de Machu Picchu. A trilha da montanha leva cerca de 3h30 para ir e voltar. Ela é mais tranquila que a anterior. O valor dela é também de 200 soles.
Para quem gosta de se aventurar por lá tem ainda duas trilhas gratuitas, a Puerta del Sol e a Ponte Inca.
Como chegar
Para chegar até lá o caminho é um pouco longo, mas recompensador. Do Brasil, a maioria das companhias aéreas vão até Lima e de lá fazem conexão para Cusco.
De Cusco é necessário ir para Águas Calientes, a cidade mais próxima de Machu Picchu. Para chegar até o vilarejo a única forma de transporte disponível é o trem. Por lá existe duas operadoras, a Peru Rail ou Inca Rail, ambas possuem trens de diferentes tipos, dos mais luxuosos aos mais simples. A paisagem durante percurso é incrível, mas já adianto que até os mais simples tem um preço um tanto quanto salgado!
A dica é sempre ficar de olho no site deles e não comprar de primeira, porque costuma sempre ter algumas promoções. Foi assim que eu consegui ir com o trem Vistadome da Peru Rail, com janelas e teto panorâmicos para apreciar a paisagem. Pagando o mesmo preço que o trem mais simples, Expedition. Que mesmo com a promoção acabou custando U$70 a viagem.
Chegando em Águas Calientes ainda tem mais uma etapa antes de chegar ao destino final, o ônibus. O ingresso do ônibus é comprado na hora e ele custa U$24. O trajeto é rápido e leva cerca de 25 minutos. Lembrando que com a mudança do horário marcado, você só pode pegar o ônibus 30 minutos antes do horário do seu ingresso.
Mas se você não tiver toda essa grana disponível, tem uma outra alternativa, a trilha da hidrelétrica. Porém para essa opção é necessário uma dose de disposição, pois são 8 horas de viagem no total. Uma van leva até a central hidrelétrica de Machu Picchu, dali em diante a viagem é a pé, 2 horas de caminhada ao lado dos trilhos do trem. A vantagem é que muito mais econômico, sai em torno de R$120, ida e volta.
Quando ir
A melhor época para conhecer o Machu Picchu é entre abril e novembro, pois são meses em que chove menos na região. Mesmo com a limitação do número de visitantes é sempre bom evitar alta temporada entre julho e agosto, pois costuma ficar bem cheio.
Em relação ao melhor horário para visitar o parque, varia de acordo com cada pessoa. O primeiro horário é bastante disputado para assistir ao nascer do sol lá de cima! Mas caso você não tenha disponibilidade pode também assistir o pôr do sol.
O que levar
Para o passeio por Machu Picchu eu recomendo levar apenas o necessário para não pesar muito a mochila. Não pode faltar água, alguns snacks caso dê fome no caminho, um carregador portátil para não correr o risco de acabar a bateria no meio do passeio e uma capa de chuva. O tempo é bastante instável por lá, principalmente entre dezembro e março. As vezes mesmo um dia lindo pode cair uma chuvinha, então esteja preparado!
Dicas extras
Pela altitude diferente é recomendável fazer passeios que exigem um certo esforço físico depois de uns dois dias. Para se ambientar e não sentir tanta dificuldade!
Teoricamente, pelas novas mudanças, é obrigatório o acompanhamento de um guia. Porém quando eu fui, não foi necessário. Mas se você quiser conhecer tudo com a explicação completa, pode contratar ele na porta do parque.
No meio das ruínas e paisagens incríveis fico toda minha admiração por esse povo e esse lugar único!