Definir o destino de férias nunca é uma tarefa das mais fáceis, afinal, são muitas opções, principalmente num país como o nosso, com vasto litoral e destinos paradisíacos espalhados por todas as regiões. Apesar disso, o Nordeste sempre desperta um certo fascínio. Então lá fomos nós, rumo a Alagoas, curtir dias de descanso em família. Hotel reservado, passagens compradas e carro alugado – essa é uma dica importante para que você consiga conhecer as praias mais distantes – começava ali uma das mais gostosas viagens que já fiz na vida! Sim, Maceió (e seus arredores) é de fato apaixonante e nos deixa com o gostinho de quero mais!
Desembarcamos no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares no início da tarde e rapidamente pegamos o carro alugado. Seguimos rumo ao hotel, localizado na Lagoa da Anta. Check-in feito e malas devidamente instaladas, atravessamos a rua para nos sentar num quiosque e aproveitar a brisa quente do verão, comer um peixe feito na hora e beber drinks deliciosos. Os preços cobrados são bem abaixo do que vemos pelo sudeste e são um convite a nos deliciar com a farta gastronomia e os sucos de frutas só encontradas por ali.
Jatiúca, Ponta Verde e Pajuçara
Para aproveitar bem as praias da capital de Alagoas é preciso acordar cedo. Porém, antes de falar sobre o mar, vou abrir um parênteses para contar sobre o café da manhã nos hotéis do Nordeste. A experiência que tive em Maceió foi bem parecida com outras pelas quais passei em Salvador, Fortaleza e Recife, por exemplo, mas merece destaque: tapiocas feitas na hora com recheios diversos – doces e salgados – muito queijo coalho, água de coco, frutas e bolos! E assim, devidamente abastecidos, partimos, a cada dia, para uma praia diferente.
Maceió possui 40 Km de litoral e 22 Km de lagoas, despertando paixão por suas belezas naturais, culturais e históricas. O mar oscila entre o azul e o verde, com piscinas naturais a 2 Km da costa. Três praias urbanas são imperdíveis: Pajuçara, Jatiúca e Ponta Verde.
A primeira é famosa porque dali partem as jangadas em direção às piscinas naturais, com águas cristalinas e muitos, muitos peixinhos coloridos. A experiência é bem legal e dura em média 1h, mas não é sempre que você vai conseguir fazer o passeio. A maré precisa estar baixa, então para que você não fique frustrado, vale consultar a tábua das marés (só pesquisar na internet) para saber o melhor horário com um dia de antecedência.
Ponta Verde e Jatiúca apesar de serem badaladas, possuem boa faixa de areia e são uma boa opção para quem viaja com crianças. Sem falar que as águas morninhas do litoral nordestino são uma delícia. Ali na orla, restaurantes e hotéis completam todo o cenário.
Chiclete de Camarão: de comer rezando!
Antes de embarcar para Alagoas já tinham me avisado sobre essa famosa iguaria, então reservei uma noite especial para provar o prato. E mesmo que você seja desses preocupados com a quantidade de calorias e viciado na vida fitness, vai por mim, abra essa exceção porque vai valer a pena!
Escolhemos o restaurante Imperador dos Camarões, na Praia de Pajuçara. Nossa experiência foi a melhor possível: ótimo serviço, comida deliciosa e um preço moderado. Pagamos R$ 6 por pessoa de couvert artístico por conta da música ao vivo que tocava no dia. Além disso, o restaurante conta com uma área kids, na qual nossa filha se divertiu bastante!
Claro, pedimos o famoso Chiclete de Camarão, carro-chefe da casa. O prato para duas pessoas (mas acredito que a porção consegue atender até três pessoas) custou R$ 84. O nome se dá porque ele é feito com cinco tipos de queijo que, gratinados, ficam puxando. Para finalizar é salteado com azeite de dendê. IM-PER-DÍ-VEL!
Pé na estrada: Praia do Francês, Praia do Gunga e Barra de São Miguel
Como eu disse lá no começo, vale a pena alugar um carro para explorar as maravilhas de Alagoas que ficam pertinho da capital. Por isso, montei um roteiro que contemplasse algumas praias que sempre despertaram minha curiosidade e que eu já tinha ouvido falar nesses anos trabalhando como jornalista especializada em turismo.
A Praia do Francês fica em Marechal Deodoro, é bem movimentada, com camelôs passando para lá e para cá o tempo todo e vendendo de tudo que você possa imaginar. O estacionamento custou R$ 10 o dia inteiro e nas barracas, se você consumir alguma comida, não precisa pagar pelas cadeiras, mesa e guarda-sol. Vale uma dica muito importante: pechinchar! Tudo! Meu drink no abacaxi (aqueles que ficam lindos nas fotos com uma sombrinha de enfeite), por exemplo, de R$ 20, saiu por R$ 15. E assim foi com outros itens que acabamos comprando nesse dia! De resto, uma água azul cristalina e um vasto coqueiral compõem a paisagem.
Na manhã seguinte partimos rumo a Barra de São Miguel. O município é um dos destinos mais frequentados do litoral sul de Alagoas, e um dos maiores balneários turísticos do Estado. Uma experiência completamente diferente. Além de nós, apenas uns dois outros casais estavam por ali na Praia do Meio, que escolhemos aleatoriamente. Uma praia linda, com mar agitado e muito vento, quase que deserta. Não tivemos que pagar por mesa, cadeiras ou guarda-sol, tampouco consumir alguma coisa de forma obrigatória! Descobrimos que essa é a preferida dos surfistas, exatamente pela agitação do mar.
E a nossa programação de viagem ainda nos guardava boas surpresas, como a Praia do Gunga, minha preferida! Sim, entre todas que conheci na viagem, essa me conquistou. Distante 49 km de Maceió, o município de Roteiro é um paraíso de areia branca, emoldurado por coqueiros, que une as águas do Oceano Atlântico com as da Lagoa do Roteiro. Conhecida internacionalmente, a Praia do Gunga é considerada uma das 10 praias mais bonitas do Brasil. Do Mirante do Gunga é possível ter uma bela visão panorâmica de tudo!
Logo na chegada você precisa pagar para estacionar o carro bem pertinho da praia e aí pronto, começam as ofertas. Muitas opções de esportes aquáticos, banana boat e passeios de buggy pelas dunas. Os vendedores te cercam e oferecem os serviços a todo momento. Com a nossa filha de 1 ano e meio conosco, não tivemos chance de aproveitar nada disso, a gente só queria mesmo era sombra e água fresca! As barracas possuem boa estrutura e se espalham por toda a praia. A maioria com valores parecidos. Pagamos R$ 6 por pessoa de couvert artístico pela música ao vivo que estava rolando e fomos intimados a consumir R$ 60 para garantir aquele “conforto” de mesa, cadeira, guarda-sol, banheiros e duchas à disposição. Ali, o dia passou rápido e foi delicioso, difícil descrever a beleza do local! Se eu gostei? Com certeza! Se quero voltar? Sem dúvida!
Maragogi: um bate-volta que vale o esforço
Creio que programar uns dias de hospedagem em Maragogi seja uma boa opção para curtir com tranquilidade todo o encanto do lugar, mas se você não pensou nisso com antecedência ou não tem muitos dias de viagem, vale fazer um bate-volta de Maceió até Maragogi. São 130 km de distância que separam as duas cidades e podem ser percorridos em cerca de 2h20.
Deixamos nosso hotel por volta de 8h e pouco depois das 10h já estávamos no destino final. O intuito era fazer o passeio que leva os turistas até às piscinas naturais, mas infelizmente isso não foi possível por conta do horário. Para isso, é preciso chegar muito cedo em Maragogi, antes das 8h, explica um dos guias locais. De acordo com ele, a maioria das pessoas já reserva seu lugar um dia antes pelo menos, afinal, esse passeio às piscinas é um clássico local, com duração de 1h30 e sendo contratado pelos receptivos da região pelo valor médio de R$ 75 por pessoa. As formações de corais fazem parte da Área de Proteção Ambiental de Alagoas.
Ok, nossa primeira opção não deu certo, mas nem por isso deixamos de aproveitar. Optamos então pelo passeio às sete praias de Maragogi, já que a escuna sairia dentro de 30 minutos! Enquanto esperava conheci um dos “artistas” da terra. Ele se apresentou como Israel, mas garantiu que ali era conhecido como Picasso. Aos 12 anos e com mais nove irmãos, ele tentava me convencer a comprar uma pintura, feita na hora, em um pequeno azulejo pelo valor de R$ 25. Achei que seria uma boa recordação e mais que isso, adorei a simpatia daquele esperto morador local. E assim ele ia, de mesa em mesa, tentando com sua lábia, vender sua arte!
Logo o guia veio nos chamar. Hora do passeio começar. Pagamos R$ 50 cada adulto e curtimos muito! O barco vai parando em bancos de areia e no meio do mar tivemos uma aula de dança com vários ritmos, além de encontrar “ambulantes” em pequenas embarcações vendendo espetinhos, cervejas e refrigerantes! Mergulhamos nas águas transparentes e fizemos fotos lindíssimas!
No meio da tarde, iniciamos o trajeto de volta para Maceió com a certeza que vivemos uma semana espetacular e que voltaríamos ao Rio de Janeiro e à rotina, com muitas recordações na bagagem e muitas praias alagoanas ainda a desbravar numa próxima viagem.